QUANTOS PEQUENOS
"IRMÃOS EM CRISTO" NAQUELES TEMPOS!...
Um capítulo à
parte o merecem os muitos meninos que eram hóspedes, junto com Frei
Daniel, do terrível e tetro leprosário.
Meninos e meninas, já
marcados visivelmente pela doença, abandonados de todos, parentes
incluídos, e sepultados aí inexoravelmente...
A eles dirigiu-se de
maneira especial o coração de Frei Daniel.
Como nos tempos dedicados
e gloriosos da Colônia do Prata...
Sua atividade melhor
era para eles. A eles dava com todo o prazer aulas de catequese, sobretudo
durante a quaresma; preparava-os para a primeira comunhão e para
a crisma, ensinavalhes a cantar, ele que tinha uma voz tão bonita...
Temos uma fotografia de 1920:
Frei Daniel posa com esses seus pequenos amigos que eram a sua consolação
e o seu apoio moral.
Chora o coração
em observá-los atentamente: não há um sequer que sorria.
Estão aí todos tristes - todos! - vestidos pobremente e de
pés descalços.
O mesmo Frei Daniel, sentado
no meio deles em atitude composta, parece participar daquela tristeza.
São muitos! No
Diário lemos cifras que oscilam entre os 40 e os 60: muitos, se
pensarmos que toda a população do Lazareto não superava
as 300 pessoas nas épocas de maior ajuntamento!
Dom Adolfo Bossi, Bispo missionário
em repouso na Itália, lembra ter encontrado no Leprosário
do Tucunduba alguns desses meninos do tempo de Frei Daniel e já
corriam os anos de 1935-1940!
Nós mesmos em Marituba
- lazareto surgido recentemente em substituição daquele do
Tucunduba - falamos com Noemi, figura maravilhosa de mulher, já
além dos oitenta, literalmente comida pela doença, obrigada
a arrastar-se de qualquer jeito porque já sem pernas e com coutos
em lugar das mãos.